Nakamura's Place

Ah, o consumismo é uma coisa tão bonita. É incrível como uma pessoa anda mal disposta e tal e coisa, mas comprar uma pequena coisa que seja contribui logo para um melhoramento do humor. Pelo menos esta terapia resulta comigo. Só tem uma falha, que é uma pessoa precisar de abundância monetária para satisfazer os acessos de consumismo. E infelizmente é muito mais frequente eu ter acessos de consumismo derivados de mau estar psicológico do que estar a atravessar períodos de grande abundância monetária, portanto a coisa não se resolve com tanta facilidade. Nessas alturas, o que eu faço é ir para a Fnac e sentar-me para lá. Absorvo aquele ambiente todo de consumismo sem gastar um eurinho que seja! É como ir para as termas. Claro que chateia querer comprar coisas e não poder, mas as últimas idas à Fnac com o Citrus e companhia sempre serviram para remdiar um bocado o meu mau humor. No decorrer desta semana eu resolvi aliviar um bocado o peso na carteira e ir à Fnac de propósito para gastar alguns cobres (a terapia de absorver o consumismo não estava a resultar tão bem como é costume). Andava a ler uma porcaria de um policial ranhoso que me custou 1 euro nas férias do Verão mas que não valia a ponta de corno (até uma compradora de pechinchas tão experiente como eu comete erros), e precisava urgentemente de novo material literário. Lá fui eu para a Fnac, para aí com 10 livros na cabeça mas sabendo que só podia comprar 1; gastar dinheiro tudo bem, mas com juizinho. Isso é uma daquelas situações que me aborrecem: quero não sei quantos livros mas só posso comprar um, e acabo a vaguear de um lado para o outro na Fnac, saltitando de prateleira em prateleira, a ler as back covers dos livros e a decidir qual o melhor para comprar naquela altura. Sou capaz de ficar nisso durante horas porque sou a pessoa mais incapaz de tomar decisões que conheço, mas por obra e graça do espírito santo, ontem demorei apenas meia hora. Foi uma decisão fácil. Acabei por comprar (e agora regozijem-se, porque dei-me ao trabalho de digitalizar a capa do livro e tudo) esta pequena maravilha:

Lovecraft, Lovecraft, Lovecraft. Se nunca ouviram falar deste escritor estão em falta, principalmente se gostam de boa literatura de terror. Este Lovecraft é um senhor carago. E esta colectânea de contos está bastante boa. E a capinha é tão linda ^_^
Por mim, estava a tarde feita. Mas uma rápida passagem pela secção de BD mostrou-me que eu não sou dona de mim mesma. Não é que o Nuno Markl lançou um livro com as tiras cómicas do Há Vida em Markl que sai no Inimigo Público, e mais uns textos da emissão radiofónica? Um livrinho todo catita? Posto isto, não pude fazer mais nada que não fosse pegar maquinalmente no livro e juntá-lo ao de Lovecraft para comprar ambos. Desconfio que a capa do livro do Markl tem mensagens subliminares de algum tipo, porque não demorei 10 segundos a pegar nele, enquanto que no outro tive de gastar 30 minutos a ponderar sobre o livro que havia de adquirir.

Eu sempre gostei muito do Nuno Markl. Identifico-me muito com ele, porque:
a) ambos passamos humilhações nas aulas de Educação Física;
b) ambos não sabemos desenhar cavalos e bicicletas;
c) ambos pegamos na caneta (ou lápis, vá lá) da mesma maneira. Sim, isto é importante porque já me disseram que eu escrevo de uma maneira muito bizarra, e se o Nuno Markl também escreve assim, isso quer dizer que eu não sou anormal porque há por aí mais como eu.
Pronto, e assim de repente é isso. São semelhanças muito profundas. E uma ocasião ele leu um texto que eu mandei para o Homem que Mordeu o Cão dizendo o quanto odiava as pessoas que pediam Molho de Salsa no MacDonalds em vez de pedirem molho para batatas. Ninguém me tira da cabeça que as pessoas pediam molho de salsa porque nos pacotes dizia Salsa para Patatas. SALSA É ESPANHOL PARA MOLHO, MEUS AMIGOS. Não é nada molho de salsa, raios partam >_< Gosto de pensar que eles deixaram de usar esses pacotes porque ouviram a minha intervenção no Homem que Mordeu o Cão e acharam por bem mudar os pacotes não fosse eu provocar alguma carnificina no MacDonalds da proxima vez que isso acontecesse. Sim, porque as pessoas não iam deixar de pedir molho de salsa, mesmo que soubessem que aquilo não era molho de salsa, e bem mais fácil que tentar mudar as pessoas é mudar os pacotes... Enfim. Mas vão lá comprar o livro do Markl porque tem muita piada.
Quanto a cinema, o filme absolutamente obrigatório deste mês é:

Confesso que ainda não vi, não por falta de vontade, mas por falta de oportunidade. Se tudo correr bem não passa de segunda feira :P Há outros filmes este mês que parecem interessantes, como o "Last Days" de Gus Van Sant, mas que só deve ter estreado nalgum cinema do fim do mundo, o mais provável é que não lhe ponha a vista em cima :\ Acabei de reparar que "Amityville - A Mansão do Diabo" também estreou esta semana. Como estas coisas me passam ao lado ultimamente... Já nem sei o que estreia, e quando... T_T É um sinal de decadência.
Quanto a música, não me posso queixar. Esta semana não me faltou que ouvir, com cds como este

e este

também este

e, vejam lá, ainda este

Quanta diversidade! De facto esta semana deitei a mão a uma quantidade anormal de cds e não tenho ouvidos para tanta música, pelo que ainda vou ter muito que ouvir.
E agora, como quero dar a entender que sou uma pessoa ocupada e com uma vida muito preenchida, vou dizer "a minha vida não é isto!" e cortar o post por aqui. Tenho mais que fazer :P Cheerio.