Sunday, October 31, 2004

They don't call me Mega Post Girl for nothing - Parte 1

O resto desta semana foi um desfilar de altos e baixos. Terça-feira foi um dia porreiro, e o primeiro dia deste semestre em que não me senti mal na faculdade. Levantei-me às 6h30 para ir compensar a aula a que tinha faltado na segunda-feira, Microbiologia Ambiental, e tencionava fazê-lo na turma onde está quase todo o meu pessoal: o Citrus, a Porphyra, o Vício, o Mike, a Timli, a Elsa, e mais um quanto pessoal porreiro. Para já, é uma mudança agradável estar numa turma onde não está ninguém dos anos mais à frente :P Foi uma aula mesmo divertida. Estive sempre na conversa com o Vício e o Mike, eles divertiram-se muito a olhar especados para mim enquanto eu usava a micropipeta para encher os poços de uma microplaca e a fazer comentários do género: “Vejam só que segurança... a maneira como ela enche os poços... que mestria... com certeza que para atingir este nível é necessário um treino intensivo de muitos anos... fantástico!”. Eles pareciam mesmo aqueles comentadoes desportivos que comentam a patinagem no gelo, e a ginástica. Era preciso um grande esforço da minha parte para não me partir a rir e entornar tudo o que já tinha posto na microplaca. Quem não estava muito contente com isto era o profe, que é louco mas na minha aula costuma ser calmo, nesta ele mandou-nos um par de berros como eu já não ouvia há algum tempo :\ daqueles mesmo que fazem paralizar todo o movimento na sala e estampar um olhar de horror em todos os alunos. Eu tentava estar sempre a pipetar coisas quando o profe olhava para mim, para ele me ver realmente a fazer alguma coisa por mim abaixo, mas quando eu estava a trabalhar o demónio do homem ou saía da sala ou olhava para o lado... Só se punha a olhar para mim quando eu estava a conversar ou a quando estava para lá sem fazer nada :\ Damn it! Mas há muito tempo que não me divertia tanto numa aula de laboratório :) Tínhamos uma aula às 11h30 à qual eu não ia desde que mudou de profe. No início do semestre era um profe porreiro, não dava seca nas aulas e tornava a matéria interessante. Depois apareceu o terror, que é uma profe que já me deu Ecologia o semestre passado, e a mulher é a coisa mais aborrecida à face da Terra. As aulas com ela arrastam-se, os acetatos que ela usa são todos repetidos do ano passado, não sei explicar, é mesmo muito secante. Um belo dia entrei eu no anfiteatro, à espera que começasse a aula com o profe, e entra ela por ali dentro e anuncia que vai ser ela a dar as próximas 11 aulas, ou coisa que o valha... Eu devo ter ficado pálida como um fantasma, e ainda me passou pela cabeça levantar-me e fugir, mas já toda a gente estava sentada (se bem que a entreolhar-se com expressões de receio) e desisti. Uma hora e meia que mais pareceu uma cena do inferno de Dante, e mal a aula acabou eu literalmente corri para fora da sala e jurei não pôr mais lá os pés durante as 10 aulas seguintes. Voltando a terça-feira, não sei o que me deu mas apeteceu-me ir à aula. Ocupamos a última fila do anfiteatro, eu fiquei no ao lado do Vício e do Mike, que também estavam um bocado hiperactivos. Ao meio-dia começaram a tocar os sinos da Torre dos Clérigos, e como era meio dia aquilo repetiu a musiquinha 12 vezes, e o Mike a meio da melodia começou a cantarolar igual aos sinos! Eu contorcia-me na cadeira, prestes a rebentar a rir, mas ele não parava. Mal eu pensava que a música ia acabar, começava de novo, e lá se virava ele para mim a cantarolar a porcaria da música. Eu já limpava as lágrimas dos olhos e ele não tinha piedade, quanto mais eu me ria mais ele começava “Tararantan tantaran tiritantaran Taratinririram” a fazer mesmo cara de gozo... Que sofrimento. Eu julguei que ia rebentar a rir xD Isto é uma coisa mesmo estúpida, mas assim a meio da aula deu-me uma vontade de rir doida e soube mesmo bem rir assim ^_^ Depois o Citrus passou-nos um papel com um jogo estilo aqueles inquéritos que se faziam na primária todos estúpidos... Nem sei explicar como era... Enfim, estive a preencher aquilo com a ajuda do Vício e do Mike e também foi uma galhofa... Ao menos nós estávamos divertidos, o resto do pessoal parecia zombificado. Uma colega nossa que estava na fila à nossa frente chegou mesmo a adormecer lol :D Foi o Citrus que lhe deu um toque para ela acordar, não fosse a profe dar conta. É que desde que é ela a dar as aulas, o número de alunos na sala reduziu-se para aí para metade ou um terço, por isso quando alguém adormece é mais fácil para a profe dar conta :\ O almoço foi porreiro, como sempre, embora seja sempre chato eu comer a correr, porque só tenho 1 hora de almoço e tenho de ir para o Campo Alegre, e os autocarros nesta cidade nunca se sabe muito bem com o que se pode contar. Aulinha de Fisiologia Vegetal prática, lá andamos para trás e para a frente com umas plantinhas durante uma hora e meia e pronto. Esta é mais uma aula em que a maior parte é tudo povo dos anos mais avançados, praticamente só o meu grupo é que é do 3º :\ E mesmo os colegas do meu grupo são daqueles que eu nunca cheguei a conhecer muito bem, e embora eles sejam porreiros, eu costumo estar mal-disposta nesta aula e portanto eles devem pensar que eu sou um bocado esquisita :P Tive uma hora de intervalo, como sempre, entre essa aula e a minha seguinte, voltei para os Leões e fui ter com o Mike e a Elsa ao bar; eles tinham tido a aula que eu ia ter a seguir às 14h e saíram uma hora e meia mais cedo, e isso deixou-me logo animada, que eu quero é sair mais cedo das aulas :D Também estavam lá as Pontas, que são um grupo de colegas nossas que andam sempre juntas e que são da minha turma de Ecologia e Conservação do Meio Ambiente – que era a aula que eu ia ter a seguir. Foi um bocado bem passado (mais um, e tudo no mesmo dia! Amazing...). A aula foi curtinha e porreira, o profe que deu esta aula e a da semana passada é mesmo curtido. Sabe explicar as coisas, e põe o pessoal muito à vontade, diz a sua piada de vez em quando e despacha a aula em pouco tempo. Na quarta não aconteceu nada de mais, a não ser o pequeno ataque de loucura que me deu na última aula do dia, uma aula prática de Histofisiologia Animal na qual após ter estado quase a adormecer, sofri uma transformação e comecei a rir-me estupidamente de todas as pequenas coisas. Parecia levemente embriagada :\ Eu olhava para as preparações de estômago e desfazia-me a rir. Claro que me esforçava para a profe não me ver (o que é um bocado dificil quando a se tem uma profe meia mirolha, nunca se sabe ao certo para onde ela está a olhar :\), mas o Citrus, essa diabólica criatura, fazia os possíveis para me enterrar. Virava-se para mim: “Ó Nakamura, anda lá com essa preparação, quero-me ir embora, despacha-te!” e eu “Pronto, já está, arruma lá com isso para o lado”, e no segundo a seguir, quando a profe estava estrategicamente a passar atrás de nós, voltava ele: “Ó Nakamura, então tiraste a preparação? Era para vermos os vasos sanguíneos nas ilhotas de Langerhans” e eu ficava doida, e dizia quase a raiar o histerismo “Mas não te queres ir embora?? Qual vasos sanguíneos qual quê já está tudo visto!! Toca a despachar para sairmos mais cedo!” e a profe a olhar para mim com ar de desaprovação e o Citrus a desmanchar-se de riso. Se eu não tiver boa nota a esta cadeira a culpa é dele, por me fazer cair nas más graças da professora >=( Quinta feira foi o dia de ter Química (argh). Felizmente na minha turma até está pessoal porreiro e até não é tão insuportável assim. Não tive teórico-prática, o que foi uma alegria para mim – e para todos :P – fui apanhar o bus, liguei à M&Ms a avisar que não tinha tido aula e fui ter com ela ao world famous ICBAS (não sabem o que é? Deviam saber... é world famous... ou não lol). Não cheguei a entrar lá dentro, mas para a próxima entro e vou tentar perder-me algures por lá, ouvi umas histórias muito mórbidas que envolviam cadáveres e partes do corpo humano dentro de bacias em salas do ICBAS. Nada fora do vulgar, aquilo é ao pé do Instituto de medicina Legal, mas deve ser muito mais fixe andar lá dentro com aquele perigo constante de se entrar numa sala de autópsias do que andar nos Leões, onde para termos um pingo de emoção temos de inventar histórias sobre as catacumbas que aquilo tem. É um edifício bastante creepy, com uma atmosfera semelhante ao daqueles hospitais psiquiátricos antigos que se vê nos filmes, eu estou sempre à espera que me salte ao caminho um pequeno corcunda feio e esbugalhado, envergando uma bata, chamado Igor. É interessante ter aulas num sítio assim, mas como disse, no ICBAS ainda deve ser mais. Portanto encontrei-me com a M&Ms e viemos juntas para a terrinha de comboio. Tínhamos combinado com a Litha ir ver o “Wimbledon” (eu pela 2ª vez... o que eu não faço pelas minhas manas :P), uma vez que era obrigatório vermos o filme com a M&Ms e a Litha vai estar ocupada nos próximos fins de semana, pelo que não ia poder noutra altura próxima. A M&Ms andava carregada com um livro de Bioquímica (o seu Lenningerzinho lol) que pesava para aí uns 7 quilos, aquilo era um calhamaço que eu nem digo nada :\ Eu tenho uns quantos livros assim, mas não costumo andar a passeá-los debaixo do braço, afinal tenho amor à minha coluna a aos meus pobres braços. Ofereci-me não sei quantas vezes para a ajudar a levar o livro, mas ela parecia ter mais amor ao livro do que à própria vida e só em circunstâncias muito especiais me deixou pegar nele, e mesmo assim teve de me deixar com a recomendação de proteger o Lenninger com todo o meu ânimo. Quando chegamos ao shopping ainda era cedo e a Litha ainda não tinha chegado, por isso fomos fazer a coisa lógica, que é: ir ao Continente fazer compras.

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